Com o objetivo de atender às demandas da CAPES (Portaria CAPES no 148/2018) de implementar e sistematizar um Planejamento Estratégico e da Autoavaliação dos Programas de Pós-graduação, a Comissão Permanente de Autoavaliação da UFRPE (CPA) promoveu em 2019 o II Simpósio de Autoavaliação Institucional com o tema “A autoavaliação na ordem do dia: graduação e pós-graduação”. A partir deste evento, a Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (PROPLAN) juntamente com a CPA, ficaram responsáveis de assessorar a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) a construir esses dois pilares para os cursos de pós-graduação da UFRPE. 

 

Foi então constituída uma comissão de Autoavaliação na PRPG que traçou o seguinte procedimento metodológico:

  1. Fase 1: Planejamento / Meta: Construir as normas para autoavaliação dos PPGs da UFRPE.
  2. Fase 2: Execução / Meta: Disponibilizar o instrumento de autoavaliação para as coordenações dos Programas para envio aos docentes e discentes dos Programas de Pós-graduação. O prazo de coleta foi de 09/03 a 14/04/2020. 
  3. Fase 3: Análise de resultados / Meta: Gerar um relatório de Autoavaliação da PRPPG.
  4. Fase 4: Divulgação dos resultados / Meta: Divulgar amplamente os resultados apresentados no relatório global.

 

Os resultados completos da análise realizada no âmbito da UFRPE podem ser apreciados no relatório institucional apresentados anualmente no site da PRPG.  

 

No âmbito do PPGBio, é importante destacar que a proposta de fusão dos Programas foi aprovada apenas no último mês do quadriênio, apesar de ter sido submetida ainda no início de 2020. Porém, antes de recebermos o comunicado oficial da CAPES, aprovando a fusão, foi realizado um Seminário de Integração Docente, no qual estabelecemos quais comissões iriam participar da gestão do novo Programa (como mencionado no item 1.1. deste relatório). A comissão de Autoavaliação (CAA) é composta por dois docentes, além da coordenadora do curso e de um representante discente. Foi decidido adotar a mesma metodologia proposta e implementada pela PRPG. As competências da CAA estão explicitadas também no item 1.1. deste relatório. Apesar de decidirmos adotar a metodologia proposta pela PRPG, entendemos que para atingirmos as metas propostas pelo Planejamento Estratégico do PPGBio, a CAA deverá orquestrar os resultados das outras três comissões do Programa. Portanto, além de analisar os resultados das pesquisas feitas com docentes e discentes, a CAA deverá também analisar os relatórios emitidos pelas demais comissões, especialmente as de acompanhamento docente (CAD) e discente (CGBE). Com isso, deverá emitir, ao final de cada avaliação anual, um parecer crítico com propostas de mudanças necessárias para que se atinjam as metas estabelecidas para o quadriênio. 

 

Como o Programa teve início apenas em dezembro de 2020, a Autoavaliação, realizada em março, não reflete a proposta do PPGBio, e sim do PPGB e PPGE isoladamente. No entanto, apresentamos aqui algumas conclusões a respeito dessa análise inicial, considerando alguns pontos fortes e fracos apontados para os PPGs, e o que trazemos de inovação no PPGBio e que poderão sobrepujar alguns desses desafios indicados pelos dois setores consultados (docentes e discentes). 

 

PONTOS FORTES: 

1. Linhas de pesquisa e qualidade de ensino: As linhas de pesquisa bem como a estrutura curricular dos dois PPGs foram reformuladas no início do quadriênio, com o objetivo de melhor se adequar tanto ao perfil dos docentes como também ao perfil do egresso que pretendemos formar diante dos novos desafios da carreira acadêmica na área de biodiversidade. Por isso, investimos em disciplinas práticas, de campo, e também em disciplinas voltadas para a metodologia científica, focadas na detecção de problemas, formulação e teste de hipóteses. A estrutura curricular, a oferta e qualidade das disciplinas foi considerada como ponto forte dos nossos grupos tanto pelos docentes quanto por discentes. Acreditamos que fornecer uma boa base prática e teórica é fundamental na formação de pesquisadores e por isso, a idealização da estrutura curricular do PPGBio seguiu com a mesma premissa dos cursos de origem, como apresentado no tópico 1.1. desse relatório. A qualidade da orientação das teses e dissertações também foi levantada como ponto forte do Programa. Por isso, temos buscado o fortalecimento do grupo de docentes que se envolve com as atividades da pós-graduação - orientação, ensino, publicação de qualidade e inserção social. 

 

2. Laboratórios de Pesquisa: A adequabilidade dos laboratórios para atividades de pesquisa também foi relatado pela maioria como bom ou muito bom. Além dos laboratórios coordenados pelos docentes ligados ao PPGBio, a UFRPE apresenta duas grandes vantagens para quem pesquisa na área de biodiversidade: 1. o CENAPESQ, laboratório de caráter multiusuário, que disponibiliza equipamentos de valor e manutenção custosos (ex.: microscópio eletrônico de varredura); e 2. Programa Pesquisa em Movimento - com a carros e custeio de combustível, a pesquisa de campo tem sido facilitada aos membros do Programa, que utilizam os carros para viagens a diferentes localidades da região nordeste com o objetivo de obter dados de qualidade para seus projetos. 

 

3. Visibilidade: A visibilidade do programa foi definida como “média” pela maioria dos respondentes da pesquisa. Nos últimos anos houve um investimento por parte da Instituição para a melhoria dos canais de comunicação, e os sites de todos os PPGs passaram uma padronização e adequação às principais necessidades de comunicação - como clareza na apresentação das normativas, formulários, modelos, editais, disciplinas, docentes, além dos arquivos das teses e dissertações defendidas (com possibilidade de tradução para a língua estrangeira). Em 2020 uma nova versão do website foi disponibilizada, ainda mais completa, inclusive para atender às novas demandas da CAPES, como apresentação do planejamento estratégico e dos processos de autoavaliação dos Programas. A nova plataforma foi disponibilizada recentemente, e por isso tem sido alimentada há muito pouco tempo. Com isso, acreditamos que as ações do programa estarão cada vez mais transparentes para o público em geral. Além disso, temos investido também em divulgação nas redes sociais - Instagram, Facebook e canal do Youtube. 

 

4. Incentivo à produção discente: Apesar de ainda termos um baixo índice de produção discente - talvez um dos principais pontos fracos do PPG - com as alterações no acompanhamento dos discentes tanto no PPGB quanto no PPGE, o qual será continuado no PPGBio, esperamos perceber o impacto positivo em médio e longo prazo. Portanto, o incentivo à produção discente é aqui vista como ponto forte da nossa proposta. Entre as medidas de acompanhamento discente, citamos: a nova formatação da apresentação dos projetos, passando inicialmente por uma banca de “alto impacto”, constituída por docentes bolsistas de produtividade das diferentes linhas de pesquisa do programa, que julgam a ideia antes da concepção do projeto em si; os seminários integrados, que acompanham mestrandos e doutorandos ao longo do desenvolvimento do projeto, nos quais os avaliadores apontam alternativas para superar as dificuldades que vêm sendo enfrentadas pelos alunos; a exigência de comprovar a submissão dos manuscritos para obtenção do título contribuirá com a diminuição da taxa de discentes que abandonam as atividades acadêmicas logo após a defesa, sem nunca proceder à publicação dos seus resultados. 

 

5. Ações afirmativas e acessibilidade: Nos últimos três anos, os PPGs da UFRPE vêm incluindo em seus editais políticas inclusivas, com sistema de cotas para negros, indígenas e transsexuais (Resolução 048/2018, disponível em http://www.prppg.ufrpe.br/legislacao). Acreditamos que a ciência deve ser inclusiva e a diversidade amplia as possibilidades de atendermos às diferentes demandas da população. Os prédios onde funciona o PPGBio foram recentemente adaptados para acessibilidade (com elevador, corrimãos, e guias no piso para pessoas com baixa visão), bem como a funcionária da secretaria recebeu curso de qualificação em libras. 


PONTOS FRACOS: A percepção a respeito dos quesitos que precisam ser melhorados enquanto conjunto, demonstra conscientização sobre os critérios de qualidade científica por parte dos docentes do PPGBio. A autoavaliação deste setor indica déficit em dois principais eixos: 1. Baixa produção em periódicos de alto impacto (A2/A1) e 2. Poucas parcerias e inserção internacional. Entendemos que, em alguma medida, estes dois eixos estão interligados e são dependentes da qualificação docente. E, por isso, em nosso planejamento estratégico, estabelecemos metas claras a serem alcançadas nos dois próximos ciclos de avaliação para qualificação do corpo docente, bem como metas para internacionalização do programa. Por outro lado, entendemos que a linha de Sistemática e evolução, presente em nosso Programa, e que inclui a ciência básica e descritiva, apesar de ter um baixo impacto (em termos de citação), influenciando negativamente as métricas de produção, é imprescindível para o conhecimento da biota e para subsidiar toda e qualquer pesquisa aplicada. Além disso, muitas vezes, pesquisas de interesse local são necessárias para a resolução de problemas da região, que é um dos propósitos de um programa de pós-graduação, apesar de não ter um impacto internacional. 

 

A própria fusão dos PPGs, em si, teve como principal objetivo ampliar a massa crítica do Programa. Isto porque o número de docentes permanentes nos dois PPGs era baixo - 14 DP no PPGB e 16 DP no PPGE, o que muitas vezes acarretou uma flexibilização nos critérios de avaliação docente para que o funcionamento das atividades do Programa não fossem inviabilizadas, Além disso, esse número se tornou muito próximo do que é exigido como mínimo na nova APCN da área de Biodiversidade (13 DP), e gera um impacto direto nas métricas de avaliação docente, visto que são consideradas as 4 principais produções (de mais alto impacto) dos 15 docentes mais produtivos do Programa. Assim, programas que tem menos do 15 DP ou que dos 15, tem uma margem de docentes com baixa produção, acabam sendo prejudicados. Portanto, ampliar o número de docentes permanentes, reunindo os mais ativos nos dois Programas, nos permitirá estabelecer critérios mais rígidos de avaliação - credenciamento, manutenção e concessão de vagas em processos seletivos. 

 

Para isso, teremos o acompanhamento da Comissão de Avaliação Docentes (CAD), que estruturou um banco de dados para avaliação docente, incluindo informações como: ano de ingresso no PPG, se participa ou não de outros PGs, número de discentes titulados, número de orientações em andamento, índice H, se há projeto financiado, registro da produção equivalente a qualis B3 ou superior, e se essa tem a participação de discentes ou egressos do PPGBio, além do índice de aproveitamento dos trabalhos de conclusão de curso orientados. Todos os docentes serão avaliados anualmente e um relatório será apresentado ao CCD e à coordenação do Programa.